Saturday, May 28, 2011

Obama e a Polónia



Agora que Barack Obama terminou a sua visita ao território polaco, a pergunta impõe-se: qual a verdadeira razão para a visita da mais importante personalidade política do mundo a um país que muitos consideram não ter muita influência na nova ordem política mundial?

Para um leigo na matéria, várias razões se podem apontar. Temos o facto de viverem nos Estados Unidos uma grande comunidade polaca, muitos de segunda e terceira geraçáo, o que podia indicar uma atitude eleitoralista por parte do presidente americano já a pensar num segundo mandato. Ainda para mais Obama é natural de Chicago, cidade para onde a grande maioria dos polacos emigraram no passado.

Podemos também referir o facto de a Polónia assumir no segundo semestre deste ano a Presidência rotativa da União Europeia, o que coloca o país no centro das grandes decisões políticas e estratégicas que a União Europeia irá tomar nos próximos meses. Desta forma Obama tentaria promover os interesses americanos perante os decisores políticos polacos, responsáveis por um possível sucesso ou marasmo da próxima presidência da União Europeia.

Depois temos as razões apontadas pela comunicação social. Negociações bilaterais em termos de comércio entre os dois país, o papel da Polónia na NATO, a posição estratégica do território polaco na distribuição de gás para países da Europa Ocidental, e a utilização do território por parte do exército americano, esta última no âmbito das negociações AMD (Anti-Missile Defense).

Das razões apontadas acima, creio que a questão da distribuição de gás assim como a utilização do território polaco por parte do exército americano como base de apoio para acções internacionais são as que influenciaram esta visita de Obama. Estamos como é óbvio a falar de duas das mais importantes indústrias a nível mundial, o complexo militar-industrial e as empresas de distribuição de energia. Para além disso avizinham-se provavelmente novos acordos entre os responsáveis pela defesa no Governo Polaco e a indústria de armamaento americanos

Obviamente que outras razões para esta visita poderão ser apontadas, e muitas delas inclusive associadas a teorias da conspiração. Essas serão conhecidas mais tarde e darão azo à escrita de livros e outros artigos de blog.

Uma coisa é certa, Obama não vem a Portugal porque já esgotamos o nosso orçamento em matérias de defesa, quando comprarmos os submarinos aos alemães. Por isso o governo alemão terá que apoiar uma intervenção do FMI caso queiram receber.

2 comments:

  1. São os "buddies" dos EUA, ali, a dois passos da Rússia e com fronteira com a mesma.

    A história do escudo anti-míssil ainda não está totalmente encerrada. ;-)

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  2. Yep.

    E Komorowski e o Obama estiveram a discutir a situação na Bielorússia, ou seja, se existir oportunidade para alargar o arco de influência ainda mais perto da fronteira com a Rússia, pois os amigos americanos não se importam nada.

    E o Tusk e o Komorowski ainda ganham com isso, já que foram vistos ao lado do Presidente americano. Os outros líderes partidários também não quiseram perder a oportunidade de dar um "bacalhau" ao Barack. Enfim, um beija mão desnecessário.

    Convém dizer que tanto Passos Coelho, como Paulo Portas e até porque não Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã fariam o mesmo.

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